EDUCAÇÃO - Queniano vence o Nobel da educação, e no Brasil?
O prêmio de 1 milhão de dólares foi para o professor de ciências Peter Tabichi por sua atuação destac em uma escola pobre sem infraestrutura e carente de livros. As matérias que circularam aqui no Brasil destacaram o fato do queniano doar cerca de 80% de seu salário para apoiar os estudos de seus alunos. Sua luta consiste em tentar conscientizar a comunidade local da
importância da educação, em um país onde muitos ainda vêm o estudo como uma perda de tempo, além de compartilhar técnicas de cultivo mais resistentes aos moradores da região.
"A escola fica em uma área muito remota. A maioria dos estudantes vêm de famílias muito pobres. Até pagar o café da manhã é difícil. Eles não conseguem se concentrar, porque não se alimentaram o suficiente em casa", contou em entrevista publicada no site do prêmio."
Essa notícia incitou em mim algumas reflexões. Claro que o esforço e a doação de Tabichi devem ser reconhecidos e acho mesmo que o prêmio é justo. Por outro lado, não podemos nos esquecer que, no Brasil, ser professor é por si só um ato de doação. O destaque dado ao fato de Tabichi, que também é monge franciscano, doar cerca de 80% de seu salário as crianças reforça o pensamento de que professores devem ser desapegados do dinheiro. Que professores não devem objetivar ganhos financeiros, afinal ser ensinar é uma questão de dom e amor ao ensino. Ao meu ver esse pensamento é nefasto e contribui para a gigantesca desvalorização desse profissional que a cada dia que passa precisa ser mais técnico. Há pouco dias, navegando por um dos maiores sites de vagas de emprego do Brasil, em busca de oportunidades na Área de educação, me deparei com um anúncio que, entre outras coisas, dizia: O professor não deve trabalhar apenas pelo dinheiro, deve ter amor ao ensino. Juro que estava escrito assim mesmo.
Sou um professor. E estar em sala de aula, para mim, é uma das coisas mais prazerosas que existem. Mas não posso usar isso para substituir meus sonhos e aspirações financeiros. Uma coisa não pode e não deve excluir a outra. Me interesso muito por tecnologia aplicada na educação e, na medida do possível, tenho estudado e tentado divulgar algumas facilidades. É difícil, há pouco interesse. E eu entendo perfeitamente a ausência de interesse.
Eu, inclusive, vivo me desmotivando. Levando em consideração que a busca por aperfeiçoamento seria da ordem das realizações pessoais (conforme pirâmide ao lado) como pode uma classe de profissionais tão desvalorizada se motivar para estudar mais, trabalhar mais e se aperfeiçoar. Como pensar em alta tecnologia na educação, quando muitos não conseguem nem viver e/ou trabalhar com dignidade ou segurança? Tenho certeza que essa situação impacta diretamente na disponibilidade dos nossos educadores em se abrirem a novos conhecimentos, métodos e modos. E vocês, o que pensam disso?
"A escola fica em uma área muito remota. A maioria dos estudantes vêm de famílias muito pobres. Até pagar o café da manhã é difícil. Eles não conseguem se concentrar, porque não se alimentaram o suficiente em casa", contou em entrevista publicada no site do prêmio."
Essa notícia incitou em mim algumas reflexões. Claro que o esforço e a doação de Tabichi devem ser reconhecidos e acho mesmo que o prêmio é justo. Por outro lado, não podemos nos esquecer que, no Brasil, ser professor é por si só um ato de doação. O destaque dado ao fato de Tabichi, que também é monge franciscano, doar cerca de 80% de seu salário as crianças reforça o pensamento de que professores devem ser desapegados do dinheiro. Que professores não devem objetivar ganhos financeiros, afinal ser ensinar é uma questão de dom e amor ao ensino. Ao meu ver esse pensamento é nefasto e contribui para a gigantesca desvalorização desse profissional que a cada dia que passa precisa ser mais técnico. Há pouco dias, navegando por um dos maiores sites de vagas de emprego do Brasil, em busca de oportunidades na Área de educação, me deparei com um anúncio que, entre outras coisas, dizia: O professor não deve trabalhar apenas pelo dinheiro, deve ter amor ao ensino. Juro que estava escrito assim mesmo.
Sou um professor. E estar em sala de aula, para mim, é uma das coisas mais prazerosas que existem. Mas não posso usar isso para substituir meus sonhos e aspirações financeiros. Uma coisa não pode e não deve excluir a outra. Me interesso muito por tecnologia aplicada na educação e, na medida do possível, tenho estudado e tentado divulgar algumas facilidades. É difícil, há pouco interesse. E eu entendo perfeitamente a ausência de interesse.
Eu, inclusive, vivo me desmotivando. Levando em consideração que a busca por aperfeiçoamento seria da ordem das realizações pessoais (conforme pirâmide ao lado) como pode uma classe de profissionais tão desvalorizada se motivar para estudar mais, trabalhar mais e se aperfeiçoar. Como pensar em alta tecnologia na educação, quando muitos não conseguem nem viver e/ou trabalhar com dignidade ou segurança? Tenho certeza que essa situação impacta diretamente na disponibilidade dos nossos educadores em se abrirem a novos conhecimentos, métodos e modos. E vocês, o que pensam disso?
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